segunda-feira, 13 de junho de 2011

SETE LIÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO DE ADULTOS - ÁLVARO VIEIRA PINTO

Neste livro realizado por Álvaro Vieira Pinto enquanto estava exilado  no Chile traça importantes considerações sobre o ensino da Educação de Jovens e Adultos. Segundo o mesmo
                                            O caminho que o professor escolher para aprender foi ensinar. No ato 
                                            do  ensino ele se defronta com as verdadeiras dificuldades, obstáculos reais,
                                            concretos, que precisa superar. Nessa situação ele aprende. (2001, p. 21)
1ª LIÇÃO CONCEITO DE EDUCAÇÃO:
Educação com espaço restrito e amplo. É o processo pelo qual a sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses. Compreende educação como processo, fato existencial, fato social, fenômeno cultural, educação como privilégio, fundamento, atividade teológica, trabalho social, ordem consciente, processo exponencial, concreta, contraditória.

2ª LIÇÃO FORMA E CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO:
Conteúdo ingênuo definido como totalidade dos conhecimentos que se transmitem do professor ao aluno. Disciplinas, currículo do curso, aquele que enche as lições e são objeto da aprendizagem.
Questões primordiais: A QUEM EDUCAR? QUEM EDUCAR? COM QUE FINS? COM QUE MEIOS?

3ª LIÇÃO AS CONCEPÇÕES INGÊNUA E CRÍTICA DA EDUCAÇÃO:
Consciência Ingênua não inclui em sua representação da realidade exterior e de si mesma a compreensão das condições e determinantes que a fazem pensar tal como pensa.
Consciência Crítica representação mental do mundo exterior e de si, acompanhada da clara percepção dos condicionamentos objetivos que a fazem ter tal representação.

4ª LIÇÃO EDUCAÇÃO INFANTIL E EDUCAÇÃO DE ADULTOS:
Diferem em vários pontos seja na continuidade de formação dos indíviduos; capacidade do adulto trabalhar; grau de desenvolvimento fisiologico e psicológico do homem; o pensar em concreto; noção de escola; alfabetização do adulto como processo pedagógico qualitativamente; métodos, técnicas, motivos, interesses que a sociedade tem com o educando; aquilo que o educando sabe;

5ª LIÇÃO ESTUDO PARTICULAR DO PROBLEMA DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS
A realidade social do adulto, sua qualidade de trabalhador e o conjunto de conhecimentos básicos que pressupõe. O adulto é o homem na fase mais rica de sua existência (2001, p. 79) É urgente encarar o adulto como sabedor, perceber que o desenvolvimento fundamental do homem é de natureza social, perceber a evolução de suas faculdades, reconhecer o adulto como membro atuante e pensante de sua comunidade.

6ª LIÇÃO O PROBLEMA DA ALFABETIZAÇÃO
Não devemos conceber o aluno analfabeto como apenas aquele que não sabe ler. Mas sim aquele que por suas condições de existência não necessitou ler. É preciso produzir mudanças na consciência do educando e ver o analfabeto como ser humano, não pela perspectiva do analfabetismo e sim pela constituição do sujeito.

7ª LIÇÃO A FORMAÇÃO DO EDUCADOR
Pela concepção ingênua acredita-se que o esforço principal da educação deve consistir em retirar o aluno e principalmente o aluno que se prepara para ser professor, das influências do meio e capacita-lo somente para a instução técnica e desempenho de funções. Pela concepção crítica sabe-se que não haverá verdadeira função do professor senão mediante a intensificação das influências sociais e a compreensão cada vez mais clara que o educador tenha de que sua atividade é social. Influir sobre os acontecimentos em curso no seu meio e só pode ser valiosa se ele admite ser conscientemente participante desses acontecimentos. Cada educador tem o seu papel ditado pela sociedade. O educador deve compreender que a foente de sua aprendizagem, de sua formação, é sempre a sociedade. O educador na EJA precisa ser crítico e acompanhar a marcha das transformações.
É importante ter sensibilidade aos estíumlos intelectuais, mas é sobretudo a consciência de sua natureza inconclusa como sabedor. Conservar fiel às inspirações de seu povo.
                                                 [...] no processo de educação não há uma desigualdade essencial entre dois
                                                 seres, mais um encontro amistoso pelo qual um e outro se educam
                                                 reciprocamente. (2001,118)
                                                                                                                        ALINE MELLO

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